As igrejas são identificadas, na maioria das vezes, pelos seus costumes e doutrinas. Não quero de forma alguma julgar esse aspecto, mas quero refletir: até que ponto isso interfere?
Estamos cheios de etiquetas penduradas. Cheios de rótulos. Quando olhamos para um visitante na igreja, logo procuramos as etiquetas: A mulher está de saia? Levanta a mão no momento de adoração? Sabe cantar algum hino? Trouxe uma Bíblia?
Desculpem-me o desabafo. Eu estou cansada de hipocrisia. Cansada de ver pessoas quadradas dentro da igreja. Cansada desses rótulos inúteis. Cansada de “perder” almas por acharmos que somos melhores que os outros. Cansada!
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Pra exemplos, no ano passado, convidei um irmão para pregar num culto de crianças e ele utilizou bonecos. Tive que ouvir poucas e boas de uma senhora que dizia que “aquilo não era de Deus”. Não faz muito tempo, um casal da igreja levou, num domingo a noite, um mendigo que haviam encontrado na rua. Ao término do culto, ouvi muitos comentários do tipo “que fedor que estava”; “não dava pra aguentar o cheiro”, entre outros comentários piores ainda, que não me cabe colocar aqui.
Que tipo de crentes somos? Que não amamos o próximo. Que criticamos aqueles que usam do seu talento pra oferecer algo a Deus. Que vamos à igreja para cultuar, mas que ao invés disso ficamos achando detalhes pra ter do que criticar. Que fazemos de tudo pra acharmos os erros pra ter o que falar sobre nossos líderes.
Que tipo de crentes somos? Ou melhor, que tipo de crente temos buscado ser? Atitudes que não condizem com as aparências. Engraçado não? A Bíblia fala sobre isso. Sepulcros caiados. Que beleza por fora... Como disse meu líder, com aquele cabelo comprido todo despenteado, com a saia arrastando no chão, mas no entanto, a língua acompanhando. Por fora é o santo, desculpem-me novamente, mas é quadrado, isso sim! E por dentro, nada mais que podridão...
Na verdade, o que anda acontecendo é que queremos defender a nossa placa, a nossa religião. Nos prendemos à coisas pequenas ao invés de lutar pelo Reino de Deus. Queremos uma “ética” que não existe, criando uma postura falsa.
Pra acabar com todo esse problema é simples: mais amor e menos etiqueta. Parar de apontar o dedo e amar o pecador. Parar de criticar o líder e amá-lo. Parar de desprezar o pobre, o sujo e amá-lo. Parar de se achar superior e amar os demais como a si mesmo.
O amor é o princípio de todas as coisas. Se não fosse o amor, Jesus não viria ao mundo. Se não fosse o amor, os apóstolos não pregariam. Se não fosse o amor, os missionários não iriam para os campos. Se não fosse o amor, a palavra da redenção não chegaria até você. Se não fosse o amor, não estaríamos aqui...
Queria ficar só com essas palavras, mas preciso acrescentar. Jesus afirmou que “O Pai procura os verdadeiros adoradores, que o adorem em espírito e em verdade”.
Pra mim, o verdadeiro adorador é aquele que é sincero. Que conhece e reconhece suas limitações. Que chega diante de Deus, pode ser que até mesmo envergonhado de seus atos, mas que reconhecendo que Deus é Deus o adora e declara seu amor por Ele. Verdadeiro adorador, é aquele que é amigo de Deus. Que tenta das melhores formas possíveis agradar a Deus e NÃO AOS HOMENS, (buscando mérito e recompensas)!
Lembrando de Davi, quantas vezes ele não caiu na tentação de fazer aquilo que era bom aos seus olhos, mas reconhecendo seu erro, retornava a Deus, se arrependia e o adorava. Davi, com todas as suas limitações, foi um homem segundo o coração de Deus, tanto é que a promessa que Deus fez à Davi, se cumpre até hoje.
Chega de hipocrisia! Chega de tentar fingir que somos uma coisa, quando não somos. Deus conhece todas as coisas, todas as obras da Terra. É hora de lutar por aquilo que realmente interessa, cumprir o IDE de Jesus, deixar que o amor de Deus contagie nossas vidas a ponto que possamos contagiar os que estão ao nosso redor.
Chega de viver de aparência! Se vivermos na verdade, jamais o inimigo terá acusações contra nós e não nos impedirá de fazer a vontade de Deus...